VocĂȘ conhece o Oracle Linux Virtualization Manager (OLVM)?
- Guto Rodrigues
- 8 de dez. de 2022
- 8 min de leitura
Atualizado: 23 de mai. de 2024
O Oracle Linux Virtualization Manager Ă© uma plataforma de gerenciamento de virtualização de servidor baseada no projeto oVirt de software livre. VocĂȘ pode usĂĄ-lo para configurar, monitorar e gerenciar um ambiente Oracle Linux Kernel-based Virtual Machine (KVM), incluindo hosts, mĂĄquinas virtuais, armazenamento, redes e usuĂĄrios. VocĂȘ acessa o Gerenciador atravĂ©s do Portal de Administração ou Portal VM.
O Oracle Linux Virtualization Manager tambĂ©m fornece uma interface de programação de aplicativos (API) Representational State Transfer (REST) ââpara gerenciar sua infraestrutura KVM, permitindo que vocĂȘ integre o gerenciador a outros sistemas de gerenciamento ou automatize tarefas repetitivas com scripts.
VisĂŁo geral da arquitetura

Engine
O carro-chefe do Oracle Linux Virtualization Manager é o mecanismo oVirt (engine), que é um aplicativo Java baseado em JBoss executado como um serviço da Web e fornece gerenciamento centralizado para virtualização de servidores e desktops. O mecanismo oferece muitos recursos, incluindo:
Gerenciando os hosts Oracle Linux KVM;
Criar, implantar, iniciar, interromper, migrar e monitorar mĂĄquinas virtuais;
Adicionar e gerenciar redes lĂłgicas;
Adicionar e gerenciar domĂnios de armazenamento e discos virtuais;
Configurar e gerenciar alta disponibilidade de cluster, host e mĂĄquina virtual;
Migração e edição de måquinas virtuais ao vivo;
Balanceamento contĂnuo de cargas em mĂĄquinas virtuais com base no uso de recursos e polĂticas;
Monitorar todos os objetos no ambiente, como mĂĄquinas virtuais, hosts, armazenamento e rede.
A engine se comunica com o serviço Virtual Desktop and Server Manager (VDSM), que é um agente de host executado como um daemon nos hosts KVM. O mecanismo se comunica diretamente com o serviço VDSM nos hosts Oracle Linux KVM para executar tarefas como gerenciamento de måquinas virtuais e criação de novas imagens a partir de templates.
A maioria das tarefas vocĂȘ pode realizar atravĂ©s do Portal de Administração. AlĂ©m disso, vocĂȘ pode executar um subconjunto de tarefas usando o VM Portal ou Cockpit. Arquitetura do Host
O mecanismo é executado em um servidor Oracle Linux e fornece as ferramentas de administração para gerenciar o ambiente do Oracle Linux Virtualization Manager. Os hosts Oracle Linux KVM fornecem os recursos de computação para executar måquinas virtuais.

Kernel-based Virtual Machine (KVM) e Quick Emulator (QEMU)
Como um mĂłdulo de kernel carregĂĄvel, o KVM:
Fornece virtualização completa através do uso de extensÔes de hardware;
Permite que um host disponibilize seu hardware fĂsico para mĂĄquinas virtuais;
à executado no espaço do kernel e as måquinas virtuais executadas nele são executadas como processos QEMU individuais no espaço do usuårio.
O QEMU permite que o KVM se torne um hypervisor completo emulando o hardware para as mĂĄquinas virtuais, como CPU, memĂłria, rede e dispositivos de disco.
O KVM permite que o QEMU execute o código na måquina virtual diretamente na CPU do host. Isso permite que o sistema operacional de uma måquina virtual tenha acesso direto aos recursos do host sem nenhuma modificação.
Host Agent e libvirt
O serviço Virtual Desktop and Server Manager (VDSM) é um agente de host que abrange todas as funcionalidades exigidas pelo mecanismo para gerenciar hosts, måquinas virtuais, redes e armazenamento. Toda a comunicação entre o mecanismo e os hosts KVM é tratada pelo serviço VDSM executado nos hosts KVM.
O daemon libvirt Ă© executado como um serviço (libvirtd) em hosts Oracle Linux KVM e fornece uma interface de programação de aplicativos (API) para gerenciar vĂĄrios hypervisors, incluindo Oracle Linux KVM. O VDSM usa libvirt para gerenciar o ciclo de vida completo de mĂĄquinas virtuais e seus dispositivos virtuais no host e para coletar estatĂsticas sobre eles.
Guest Agent
O Guest Agent é executado dentro da måquina virtual e fornece informaçÔes sobre o uso de recursos para o engine. A comunicação entre o Guest Agent e Engine é feita por meio de uma conexão serial virtualizada.
O Guest Agent fornece:
InformaçÔes, notificaçÔes e açÔes entre o mecanismo e o convidado;
O nome da måquina convidada, sistema operacional convidado e outros detalhes para o mecanismo, incluindo endereços IP associados, aplicativos instalados, rede e uso de RAM;
Um logon Ășnico para que um usuĂĄrio autenticado no mecanismo nĂŁo precise se autenticar novamente quando conectado a uma mĂĄquina virtual.

Self-Hosted Engine
No Oracle Linux Virtualization Manager, um mecanismo auto-hospedado é um ambiente virtualizado em que o mecanismo é executado dentro de uma måquina virtual nos hosts do ambiente. A måquina virtual para o mecanismo é criada como parte do processo de configuração do host. E o mecanismo é instalado e configurado em paralelo à configuração do host.
Como o mecanismo Ă© executado como uma mĂĄquina virtual e nĂŁo em hardware fĂsico, um mecanismo auto-hospedado requer menos recursos fĂsicos. AlĂ©m disso, como o mecanismo estĂĄ configurado para ser altamente disponĂvel, se o host que executa a mĂĄquina virtual do mecanismo entrar em modo de manutenção ou falhar inesperadamente, a mĂĄquina virtual serĂĄ migrada automaticamente para outro host no ambiente. Um mĂnimo de dois hosts de mecanismo auto-hospedados sĂŁo necessĂĄrios para dar suporte Ă alta disponibilidade.

Data Warehouse e Databases
Existem dois bancos de dados PostGres no Oracle Linux Virtualization Manager. A configuração do mecanismo cria um banco de dados PostgreSQL chamado engine. Se vocĂȘ optar por instalar o pacote ovirt-engine-dwh, um segundo banco de dados chamado ovirt_engine_history serĂĄ criado:
O banco de dados do mecanismo (engine) armazena informaçÔes persistentes sobre o estado do ambiente Oracle Linux Virtualization Manager, sua configuração e seu desempenho. As informaçÔes de histĂłrico de configuração e mĂ©tricas estatĂsticas sĂŁo coletadas a cada minuto.
O data warehouse database Ă© um banco de dados que mantem todo histĂłrico de gerenciamento (ovirt_engine_history) e que pode ser usado por qualquer aplicativo para recuperar informaçÔes de configuração e mĂ©tricas estatĂsticas para data centers, clusters e hosts.
O serviço de data warehouse ( ovirt-engine-dwd):
Extrai dados do banco de dados engine, executa ETL e os insere no banco de dados ovirt_engine_history.
Rastreia trĂȘs tipos de alteraçÔes:
Quando uma nova entidade é adicionada ao bando de dados engine, o serviço ovirt-engine-dwd replica a alteração no banco de dados ovirt_engine_history;
Quando uma entidade existente é atualizada, serviço ovirt-engine-dwd replica a alteração no banco de dados ovirt_engine_history;
Quando uma entidade Ă© removida do banco de dados engine, uma nova entrada no banco de dados ovirt_engine_history sinaliza a entidade correspondente como removida.
Os bancos de dados do histórico e do mecanismo podem ser executados em um host remoto para reduzir a carga no host do engine. A execução desses bancos de dados em um host remoto é um recurso de visualização de tecnologia.
Portais de Acesso
O Oracle Linux Virtualization Manager oferece trĂȘs portais que vocĂȘ pode usar para configurar, gerenciar e monitorar seu ambiente: Administration Portal, VM Portal e Monitoring Portal.
O acesso ao ambiente é feito através do endereço https://ip-ou-fqdn/ovirt-engine/ configurado durante sua implantação.

O Portal de Administração é a interface gråfica de administração do servidor oVirt Engine. Os administradores podem monitorar, criar e manter todos os elementos do ambiente virtualizado a partir de navegadores da web. As tarefas que podem ser executadas no Portal de Administração incluem:
Criação e gerenciamento de infraestrutura virtual (redes, domĂnios de armazenamento);
Instalação e gerenciamento de hosts;
Criação e gerenciamento de entidades lógicas (data centers, clusters);
Criação e gerenciamento de måquinas virtuais;
Gerenciamento de usuårios e permissÔes.

A interface da web do Cockpit permite monitorar os recursos de um host KVM e executar tarefas administrativas. O cockpit deve ser instalado e habilitado separadamente. VocĂȘ pode acessar a interface da Web do Cockpit de um host a partir do Portal de Administração ou conectando-se diretamente ao host sob o endereço https://ip-ou-fqdn:9090

O VM Portal apresenta uma visĂŁo abrangente de uma mĂĄquina virtual e permite ao usuĂĄrio iniciar, parar, editar e visualizar detalhes de uma mĂĄquina virtual. As açÔes disponĂveis para um usuĂĄrio no VM Portal sĂŁo definidas por um administrador do sistema que pode delegar tarefas adicionais de administração a um usuĂĄrio, como:
Criar, editar e remover mĂĄquinas virtuais;
Gerenciar discos virtuais e interfaces de rede;
Crie e use instantĂąneos para restaurar mĂĄquinas virtuais para estados anteriores.
A conexão direta com måquinas virtuais é facilitada com clientes SPICE ou VNC. Ambos os protocolos fornecem ao usuårio um ambiente semelhante a um desktop instalado localmente. O administrador especifica o protocolo usado para conectar a uma måquina virtual no momento da criação da måquina virtual.
# Tela 1 A screen abaixo, aparece para o Sysadmin logo apĂłs autenticar no VM Portal.

# Tela 2
A screen abaixo, aparece para o Sysadmin logo apĂłs clicar em uma das instĂąncias junto ao VM Portal e nela vocĂȘ terĂĄ um resumo detalhado dos recursos provisionados e em uso pelo Guest.

O Portal de Monitoramento abre o Grafana e nele vocĂȘ pode ver os painĂ©is integrados: Executivo, InventĂĄrio, NĂvel de Serviço e TendĂȘncias. VocĂȘ pode criar painĂ©is personalizados ou copiar e modificar painĂ©is existentes de acordo com suas necessidades de geração de relatĂłrios.
A integração do Grafana Ă© habilitada e instalada por padrĂŁo quando vocĂȘ executa o engine-setup durante instalação de um gerenciador autĂŽnomo ou do Self-Hosted Engine.
OBS: Pode ser necessårio instalar o Grafana manualmente em alguns cenårios e isso vai depender de sua instalação.

No Oracle Linux, as seguintes terminologias sĂŁo utilizadas:
Datacenter
O datacenter Ă© uma entidade lĂłgica de alto nĂvel para todos os recursos fĂsicos e lĂłgicos do ambiente. ApĂłs a instalação do Oracle Linux Virtualization Manager, um datacenter padrĂŁo Ă© criado automaticamente. O usuĂĄrio pode inicializar um datacenter adicionando um cluster, um host e um domĂnio de armazenamento.
Cluster
O cluster Ă© um agrupamento lĂłgico de um ou mais hosts Oracle Linux KVM nos quais vĂĄrias VMs podem ser executadas. Os hosts Oracle Linux KVM em um cluster devem compartilhar os mesmos domĂnios de armazenamento e precisam ter o mesmo tipo de CPU (Intel ou AMD). Cada cluster pertence a um datacenter e cada host Oracle Linux KVM pertence a um cluster.
As mĂĄquinas virtuais sĂŁo alocadas dinamicamente para qualquer host Oracle Linux KVM no cluster e podem ser migradas entre eles. Mesmo quando um dos hosts estiver indisponĂvel, a mĂĄquina virtual pode ser iniciada em qualquer host disponĂvel.
Hosts
Em um servidor bare-metal, após a instalação do Oracle Linux 7.7 (ou posterior), o servidor pode ser usado como o hypervisor Oracle Linux KVM no Oracle Linux Virtualization Manager. Isso significaria que o host é capaz de hospedar måquinas virtuais. Todos os hosts no ambiente devem ser hosts Oracle Linux KVM, exceto o host que executa o mecanismo que é o host Oracle Linux. O Oracle Linux Virtualization Manager pode gerenciar muitos hosts Oracle Linux KVM, cada um dos quais pode executar vårias måquinas virtuais simultaneamente. Cada VM é executada como processos e threads individuais do Linux no host Oracle Linux KVM.
Virtual Machine (VM)
As VMs podem ser criadas novas ou clonadas a partir de um modelo existente nos pools de måquinas virtuais. Um pool de måquinas virtuais é um grupo de måquinas virtuais sob demanda que são todas clones do mesmo modelo. O modelo é uma cópia de uma måquina virtual que pode ser usada para repetir a criação de uma måquina virtual semelhante.
Storage
O gerenciador de virtualização usa o sistema de armazenamento centralizado para imagens de disco da mĂĄquina virtual e arquivos ISO. Os usuĂĄrios podem usar o Internet Small Computer System Interface (iSCSI) ou o protocolo FC. Um datacenter nĂŁo pode ser inicializado a menos que um domĂnio de armazenamento seja anexado a ele e ativado. Um domĂnio de armazenamento contĂ©m imagens completas de modelos, imagens virtuais, instantĂąneos de mĂĄquinas virtuais ou arquivos ISO.
Network
A seguinte rede de alto nĂvel Ă© recomendada:
Use interfaces de rede bond, especialmente em hosts de produção (Sugiro LACP ou Native Bond Active+Backup)
Use VLANs para distinguir entre tipos de trĂĄfego
Use portas de 10Gb+ para uplink de dados e rede dedicada de 1GbE para trĂĄfego iDRAC, iLO ou BMC
OBS: O host Oracle Linux Virtualization Manager e todos os hosts Oracle Linux KVM devem ter um nome de domĂnio totalmente qualificado (FQDN). Neste caso, Ă© indicada a configuração dos apontamentos no /etc/hosts do OLVM e KVM Hosts para consulta interna e no seu DNS para acesso externo utilizando a resolução de nomes padrĂŁo.
Então é isso meu caro leitor, este foi apenas um resumo da solução Oracle Linux Virtualization Manager (OLVM) e seus componentes integrados, sendo uma boa opção para compor seu portfólio de serviços, data center ou até mesmo suportar seus próprios workloads.
Espero ter agregado em seu conhecimento! =)
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Guto Rodrigues | Founder & CEO | NewFront
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